sobre escolhas, bifurcações no caminho e ano novo.
ia começar o texto falando que o fim do ano ta aí, e sempre que vira um ano nos enchemos de expectativas de dias melhores, esperanças de acertos, queremos sentir certezas das nossas escolhas visando nos sentir plenos....plenos no amor, de felicidade, plenos de vida. E lá vamos nós utopicamente achando que a simples virada de folhinha nos dará a recompensa de que todos os problemas se ajeitarão no ano seguinte.
cansamos de ler e saber que somos a soma de nossas escolhas, e não sei como é com vocês, mas tenho muita dificuldade em fazer escolhas....fico perdida em bifurcações, como escolher um caminho em detrimento do outro? e se peguei a estrada errada? seria mais uma “furada” ?, nem sempre conseguimos arcar com nossos erros, eles pesam, cobram, e nos fazem sofrer, mas o pior nem é nos fazer sofrer, muito pior é fazer outras pessoas sofrerem por conta das nossas escolhas erradas.
Não perdemos a encantada mania de construir castelos com nossos, nem sempre robustos e firmes tijolos, muitas vezes construímos castelos quando nossos tijolos estão fracos, cansados e sem condições de alicerçar nada.
O que tenho visto por aí é muita gente insatisfeita com os castelos que construiu. Muita gente sonhando com um castelo glamoroso… sem se dar conta dos tijolos que possui.
e vamos “construindo” nossas vidas com nossas escolhas, nem sempre acertando, nem sempre vencendo, mas aprendendo a viver.
Escolhemos um caminho e esperamos que ele vá sanar todas as nossas dores, angústias e desassossegos. Só que nem sempre é assim que acontece... a construção da vida nos tira muitas vezes do chão e do prumo... nos desafia a lutar, aceitar, recomeçar.
Nos abraça e nos derruba.
Nos encanta e desilude.
Nos levanta e nos estimula.
Nos levanta e nos tira.
Uma hora estamos por cima, outra hora nadamos tentando respirar apesar das ondas que querem nos afundar. A grande lição que fica é que resistimos, apesar das dificuldades, conseguimos dar braçadas, uma a uma, e colocamos o rosto de lado para buscar o ar. E assim chegamos na praia. Cansados,nem sempre vitoriosos, mas sempre mais fortes.
como disse, não sei fazer escolhas, perco-me numa bifurcação, o medo me invade, porém amo os castelos utópicos que tenho em mente,
Diante das bifurcações nossas de cada dia, que a gente aprenda a amar o lugar em que estamos, que amemos a vida que temos, apesar dos tropeços, desvalorizações, dificuldades. E que a gente consiga tirar proveito dos momentos, mesmo que eles não sejam tão perfeitos e nem sempre como sonhamos, melhor dizendo, nem sempre como gostaríamos que fossem.
Que a gente não se ressinta do caminho que seguiu, nem viva de buscar tesouros onde a gente não plantou.
Vida requer luta, coragem, determinação. Quem não entende isso sempre vai lamentar as escolhas que fez e imaginar que merecia outra vida e outros desfechos.
O ano vai chegando ao fim e precisamos nos lembrar: Deus nos dá dons, talentos. É necessário saber fazer com que esses dons deem frutos da melhor maneira possível. Só assim estaremos aptos a receber mais. Quem não multiplica seus dons, mas ao contrário enterra-os esperando que assim milagrosamente frutifiquem, perde o que ganhou. Já aquele que usa seus dons e tem paciência de esperar o tempo da colheita, sem se ressentir dos sacrifícios que fez, esse terá o que buscou.
Que venha o ano novo, os novos caminhos, as novas escolhas e com menos bifurcações.
Que a gente saiba escolher com prudência e reflexão, e que valorize cada passo que der no chão. Nem todo caminho é livre de dissabores e alegrias, mas é preciso amar o que nos cabe com sabedoria…
Nem todo tijolo firmará nossos castelos, mas todo tijolo é nosso, somos donos das nossas decisões e escolhas, mesmo as “ furadas “, mesmo as decisões que nos trazem dor e arrependimentos, somos os responsáveis pela construção dos nossos castelos, sejam eles edificados em solo firme ou sobre a areia....
bell k.
baseado no texto de Fabíola Simões
beijos e carinho, bell