Se a esperança não der conta, criaremos asas para concretizar os sonhos...
Se as asas forem curtas para voar, inventaremos bonitos poemas, incluindo todas as verdades que sonhamos.
De alguma maneira há de acontecer. Nem que seja na escrita... como se fosse possível transferir os sentimentos da alma pro papel...
a gente passa por tantos perrengues, acha que nunca mais vai superar, mas passa....
“Passei o verbo pra frente
Passei da lua. Da rua, da ponte, da estrada.
Com um pouco de sorte, passei de ano, mudei de planos, pulei de emprego, esperei o aposento no auge dos quarenta.
Dei com os burros
n’água
Fiz lambança.
Passei trote, passei a mão onde não devia. Queimou e sarou.
Passei na catraca do ônibus cheio e quase fui amassada.
Passei pito, a tarefa, o turno e cheguei atrasado no trabalho.
Passei no samba e ele me passou nos pés.
Gastei tempo passando roupa, passando tempo, passando perrengues, passando das tripas coração.
Faz mal não,
a gente apanha, não aprende e ainda ensina o caminho sem ter passado por ele. É
o otimismo funcionando.
A gente destrata o amor. Faz pouco caso e dizima em
suaves prestações a existência entre desejo, sexo, plenitude, paz e a
felicidade passageira feito gozo no meio da noite.
Passei tempo tentando entender sobre o amor. Quanto mais tempo passava, menos amor eu tinha para entender, se é que fui clara. Parece que ele se foi, sem sequer se despedir. Teimou em não querer ser lido, decifrado, entendido.
Passei para outra página chamada saudade.
Perdi o apetite.
Passei do tempo de fazer exercício, beber sem
pensar, prometer mundos e fundos, acordar as dez, deixar pra lá.
Passei do tempo, mano velho!
Passei crise, fome e sede de sonhar, se é que me entende.
Passei a vida feito passarinho, voando leve, sem me apressar.
Passei apertos.
Passei batido, mesmo assim há
risco de eu ainda sonhar. “
Ita Portugal
beijos e carinho, bell