Katialimma

 
Rejestracja: 2021-09-26
Gosto de fazer as coisas do meu jeito. Basicamente, sou incapaz de ser polida, calma e, em certas ocasiões, certamente tolerante
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1 rok 120 dni temu

NÃO QUERO NADA DE VOCÊ HOJE

Domingo, estamos só nos dois em casa. As crianças saíram. Agora já saem com mais frequência e com mais frequência fico sozinha.Mas é domingo e você resolve não sair para se encontrar com seus amigos, nem para jogar aquela partidinha de futebol sagrada nos finais de semana.É domingo e ter essa mudança em seu hábito me deixa inquieta como se eu estivesse planejando alguma coisa, mas você resolveu ficar e o meu plano foi por água abaixo. Tudo uma sensação. Sensação de insegurança. O que fazer neste domingo?É domingo, eu tenho as minhas coisas para fazer. Exatamente quase nada, mas são pequenas coisas de que eu gosto de fazer. E ter você por perto borboletando; me observando; fazendo uma hora ou outra uma pergunta; parando para saber o que faço; o que tem para o almoço e tantas outras coisas que me sinto irritada.Afinal, a maioria das mulheres casadas querem seus maridos em casa nos finais de semana. Eu por minha vez, não quero neste final de semana.Não quero que fique perguntando se eu prefiro tomar uma cervejinha.Não quero que fique perguntando se gostaria que víssemos algum filme.Não quero que me pergunte se quero ir ao shopping.Não quero nada de você hoje!!Já quis muitas vezes, mas hoje, especialmente hoje, eu só queria ficar comigo mesma. Fazer algo sozinha, assistir um filme sozinha esparramada na cama com um saco de pipoca no meu colo.Seria legal a dois. Certo? Mas não comigo. As coisas têm de acontecer ao meu tempo.Quantas vezes eu quis tudo isso e você me disse que não podia. Só não podia. E saía e só voltava tarde da noite.Não é vingança. Vingança seria eu sair e deixá-lo sozinho. Mas vou ficar em casa, vendo você tentar me agradar e eu te dispensar. Talvez seja uma vingancinha! Talvez queira que você experimente o gosto do almoçar sozinho, querer alguém do teu lado e não ter, arranjar distrações porque está sozinho.Estarei no quarto. Não entre lá, fica assim estabelecido!Você terá o seu domingo de paz, fazendo seja lá o que quiser.Eu terei o meu domingo como sempre foi, fazendo as coisas que me sobraram para fazer.


TUDO E MUITO MAIS

Eu quis muito ter uma vida normal. Sem angústias intermináveis, sem choros ocasionais, sem alegria exagerada, sem ansiedade que me tomasse o dia.Eu quis muito mudar tudo isso. Mas não consegui.Não consegui porque sou assim. Assim angustiante, exagerada, tola, enciumada tudo ao quadrado.Poderia mudar tudo. Fingiria e tudo estaria resolvido. As pessoas se interessariam mais em mim, teria mais amigos e não estaria mais sozinha.Mas não seria eu. A minha vida não seria a minha vida. As pessoas não seriam aquelas que eu gostaria de conhecer. Conheceria fantasmas e não suportaria isso.Pessoas voláteis que estariam ao meu redor como se eu fosse uma luz e as mariposas ficassem em volta, hipnotizadas até serem queimadas.Não quero me ferir e nem ferir ninguém.Então, vou tocar a minha vida do jeito que eu sou.Sou perseguida pelos meus pensamentos acelerados, que parecem que nunca vão parar, mas é melhor do que conhecer alguém que me oferecerá amizade por apenas uma noite.Não quero por uma noite.Quero por uma vida inteira.Isso será demais?


EU ODEIO

(misantropia ou ode à misantropia?)
Eu odeio que toquem em meu ombro e, que num abraço, ele se torne frouxo demais. Eu odeio acordar quando ainda não é dia. Preciso do sono, preciso dormir à noite. Eu odeio ter que olhar nos olhos de alguém quando falo, pois, odeio descobrir que ela não está me ouvindo. odeio ter que olhar nos olhos de alguém e quando ouço, odeio descobrir que tudo que ela está falando é mentira. Eu odeio não ser acolhida quando choro, se choro, preciso de amparo. Minhas lágrimas precisam de um ombro. Eu odeio ir à praia e passar óleo. Odeio a oleosidade que fica no corpo, odeio aquele brilho, odeio dar um mergulho e não passar da primeira espuma do mar. Eu odeio entrar em um elevador e sentir cheiros de vários perfumes. odeio perfume. Cheiro "bom" que encobre uma pessoa ruim - talvez, mas a mistura de odores me deixa tonta, não uma tontura gostosa que temos quando se cai na cama, mas uma tontura que embrulha e aperta o estômago. Eu odeio que me mandem e-mail de corrente. Eu não gosto de fazer, mas faço. Faço por medo. Odeio fazer algo obrigada a ter que fazer. Odeio essas pessoas que me forçam a fazer algo e utilizam o meu medo como arma contra mim. Eu odeio a expressão "tá ligado?" - pobreza total de vocabulário; vício de língua, e como todo vício é pernicioso e se alastra como uma doença contagiosa. Falam porque se tornou moda. Odeio ter que fazer porque é moda. Faço o que quero. Eu odeio homem que não é romântico. Odeio receber as palavras carinhosas de maneira rude. Declaração de amor sem flores, num papel de caderno. É como uma transa  sem amor: não há emoção, não tem sentimento verdadeiro .Eu odeio tantas outras coisas, mas gosto mais de outras. Assim equilibro a balança da vida. Gosto mais do que odeio, isso me salva, a ponto de sortear algumas coisas que me incomodam, mas que são suportáveis, porque as pessoas não são perfeitas. elas não sabem como agir comigo; não é culpa delas, eu não as culpo porque eu não digo como eu gosto das coisas. Tudo bem. A vida não é perfeita e o meu conflito é pessoal e não grupal (misantropia?)o meu problema é CO MI GO. O grupo só me incomoda e estando incomodada acabo por odiar. O meu ódio é passageiro como tudo na vida.


CONFISSÕES

Somos educados ao receber com um sorriso qualquer pessoa a quem nos for apresentada e ao sermos questionados se “tudo está  bem?” – respondemos a pergunta com um “muito bem obrigada!”Só respondemos por educação, mas lá no íntimo, alguma coisa nos incomoda, mexe com a nossa cabeça, mas não é da conta de ninguém esse rio lodoso que ,às vezes, vivemos.Ser educado, apenas. As pessoas merecem isso, querem isso, se preocupam em saber isso: se tudo está bem. Raramente damos resposta contrária. Raramente nos expomos e dividimos com o outro, o turbilhão de sentimentos,  problemas,  fracassos e outras coisas pelas quais estamos passando. Seremos chatos, problemáticos e desagradavelmente uma pessoa que vive de lamúrias. Não queremos o afastamento, então, mentimos. Mentir, talvez não, ocultar seria o mais adequado. Por que apresentar um rol de tristezas a outra pessoa se ela não poderá ajudar?Desabafar? Quem nos ouviria em meio ao tumulto de um momento em que estamos sofrendo e precisando de atenção e apoio?Os amigos? Mas eles saberiam com certeza só no olhar. Os conhecidos? Eles precisam de mais tempo para perceber a diferença entre um “tudo bem “ levemente com um risco nos lábios. É difícil falar de coisas internas com qualquer pessoa, mas em algum momento, gostaríamos que alguém pudesse ler nossa mente e puxar o fio solto dos nossos sentimentos. E puxando, falaríamos sem medos, sem hesitações... só querendo se libertar. 


SERÁ QUE DÁ PARA SER ASSIM?

Eu queria ser assim: bem legal; com pensamento positivo; falando entrecortando com um  palavrão ou outro; passando finais de semana numa praia bem afastada para poder ficar à vontade; sair com as amigas e ficar zanzando pelo shopping, sem querer comprar nada, apenas ficar paquerando sendo paquerada; dá o meu número de celular para aquele desconhecido (lindo demais !)que me pediu; viajar com alguns amigos para uma cidade que tenha cachoeira e deixar a água fria bater forte em meu corpo.Mas tudo tem seu preço e eu não sou assim.Eu sou uma pessoa que carrega uma tristeza que raramente deixa me ver o sol;Que surta por qualquer motivo e diz que vai embora quando dá vontade esteja onde estiver;Que odeia aceitar fazer acordos com outras pessoas para que possam viver em parcial harmonia;Que desliga o telefone porque se cansou de falar com a outra pessoa ou simplesmente não atende porque não quer falar com ninguém.Mas apesar de tantos contrastes, sei que ainda tenho salvação. Estou disposta a correr riscos, a ser mais agressiva em minhas conquistas que serão diárias e constantes, até que eu me sinta parte de um mundo normal, rodeado de pessoas normais que administram seus problemas sem entrarem em desespero.Será que dá para ser assim: legal, simples e serena?