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35 dni temu

VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES: ATÉ ONDE VAMOS CHEGAR?


VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES: ATÉ ONDE VAMOS 

CHEGAR?

 

Professora agredida por aluno recebe mensagens de ódio em rede social Lucas Correia/Jornal de Santa Catarina


A violência contra professores nas escolas, sobretudo nas públicas, tem sido algo preocupante para nossa sociedade, por interferir nas relações interpessoais e impossibilitar uma convivência harmoniosa

no ambiente escolar. É um tema bastante complexo e que envolve

questões de ordem cultural, familiar, econômica, afetiva e política que se inter relacionam e se reconfiguram em níveis de complexidade cada vez maiores. A violência causa prejuízos ao desenvolvimento subjetivo e social do aluno da mesma forma que seus efeitos afetam a prática docente e até mesmo a saúde física e psíquica do professor.

 

"O professor não tem obrigação e nem vai conseguir educar o filho dos outros. A 

verdadeira educação vem de casa."

 

Na maioria dos casos, os pais não sabem do comportamento do filho dentro da sala de aula e até se surpreendem quando o professor conta. Mas há casos em que os filhos fazem e agem conforme os parentes.

Nesse sistema, o magistério é tão mal remunerado que não atrai talentos. Os que ingressam na profissão não recebem a preparação adequada, começam a lecionar sem experiência e têm dificuldade para conquistar os estudantes. Os alunos não se interessam pelo que é ensinado e a didática não é atraente. Ficam desmotivados, hiperativos, indisciplinados.

Para controlar a turma, muitos professores tentam manter a ordem, o que, dependendo da forma, gera revolta. A sala de aula se converte num campo de batalha. Professores adoecem. Milhares abandonam a profissão.

Ao mesmo tempo, esse desonroso resultado também significa que muitos jovens não estão aprendendo, em casa, aspectos básicos para o convívio social, como urbanidade, respeito, cortesia, civilidade. E estão aprendendo pouco sobre o valor da educação.

 Alguns estados brasileiros passaram a colocar policiais dentro das escolas. Essa não deveria e não pode ser a única solução possível.

Pobre do país que despreza seus próprios mestres. Serão os tablets a solução mágica? Recursos tecnológicos armazenam muitos conteúdos, mas não podem ensinar valores, promover posturas de vida, formar agentes de mudança social.

Se os pais  desejam uma educação de qualidade para seus filhos, não deveriam lidar com agressões contra professores como se fosse normal. A violência crescente contra os mestres é sinal de colapso iminente no sistema educacional. Os pais precisam se envolver nas discussões sobre as melhorias necessárias nas escolas.

Os pais que têm filhos em idade escolar deveriam ficar atentos ao exemplo que dão quando falam dos mestres. Não tirar a autoridade deles na frente das crianças. Isso não significa que os estudantes precisam obedecer cegamente, eles sempre devem expressar o que pensam. E os pais sempre podem apresentar queixas na escola. Mas precisam ensinar uma postura de colaboração na sala de aula. Dos gestores escolares, exigir que o professor seja bem preparado, competente e valorizado.

É nas crianças e nos jovens em formação que está o país que podemos ser.  Mas não se enganem, é urgente: antes, há que cuidar de quem os forma.

Nesse sentido, a falta de motivação causada pela violência escolar, impede que os professores realizem seus trabalhos de maneira satisfatória, gerando prejuízos para alunos, escola e para o país. A violência que os professores enfrentam são resultados de inúmeros

fatores, dentre eles destacam-se: pouca segurança na escola e imediações, carência em punições administrativas e judiciais mais severas aos alunos indisciplinados ou violentos e a

omissão da família na vida educacional dos filhos.


Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade sem ela tampouco a sociedade muda.” 

Paulo Freire

Por Pretinha_ 

Professora- Pedagoga com especialização em Mídia na Educação