Oração ao DEUS desconhecido.
Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para
frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares
festivos para que, em Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
"Ao Deus desconhecido”.
Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos
sacrílegos.
Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer,
quero servir só a Ti.
Friedrich Nietzsche
Experiência de unidade fundamental
por Krishnamurti:
No primeiro dia em que me vi nesse estado, e mais consciente
das coisas ao
meu redor, tive a primeira experiência extraordinária. Havia um
homem
consertando a estrada; aquele homem era eu; a picareta era eu; a picareta
que ele segurava era eu; as próprias pedras que ele estava quebrando eram
uma
parte de mim; a tenra relva era o meu ser, e a árvore atrás do homem
era eu.
Podia sentir e pensar como o homem que consertava a estrada e podia
sentir o
vento que passava pela árvore e também podia sentir a pequenina
formiga na
relva. Os pássaros, a poeira e até o barulho eram parte de mim.
Naquele momento
um carro passou a alguma distância, eu era o motorista,
o motor e os pneus; à medida
que o carro se distanciava de mim, também eu
me distanciava de mim. Eu estava
em tudo, ou melhor, tudo estava em mim,
o animado e o inanimado, as montanhas,
o verme e tudo que respira.
Fiquei o dia todo nesse estado feliz.
do livro: Mary Lutyens, Vida e Morte de Krishnamurti, Editora Teosófica