lombrah

 
Rejestracja: 2009-02-14
Tudo que nao me mata me fortalece.
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1 rok 338 dni temu

Recomendações em uma leitura Nietzschiana

Nietzsche


Esta é a sequência que se deve seguir para ler os livros de Nietzsche:

1-O Crepúsculo dos Ídolos
2-Além do Bem e do Mal
3-Genealogia da Moral
4-Gaia Ciência
5-Ecce Homo

6-Assim falava Zaratrusta (o mais hermético)

Professores que estudam Nietzsche:

1-Scarlett Zerbetto Marton - USP
2-Oswaldo Giacoia Jr - Unicamp
3-Viviane Mosé - Nietzsche e a Grande Política

Autores Internacionais:

Nietzsche é um pensador decisivo para o nosso presente e ainda repleto de futuro.” Gianni Vattimo, Diálogo Com 
Nietzsche (Ed. Martins ...

Chaves do Castelo:

1-Niilismo: Definição do "povo na rua" ou de qualquer outro autor diferente do Nietzsche

Nihil - negação, vazio, falta
Sem valores superiores.
Forma de conduzir a vida desamarrada de princípios que transcendam a ela.

Niilismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Niilismo (do latim nihil, nada) é um termo e um conceito filosófico que afeta as mais diferentes esferas do mundo 
contemporâneo (literaturaarteciências humanas, teorias sociais, ética e moral). É a desvalorização e a morte 
do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê”. Os valores tradicionais depreciam-se e os "princípios 
e critérios absolutos dissolvem-se". "Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes 
congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar 
um ancoradouro".

O niilismo pode ser considerado como "um movimento positivo” – quando pela crítica e pelo desmascaramento nos 
revela a abissal ausência de cada fundamento, verdade, critério absoluto e universal e, portanto, convoca-nos diante 
da nossa própria liberdade e responsabilidade, agora não mais garantidas, nem sufocadas ou controladas por 
nada". Mas também pode ser considerado como "um movimento negativo” – quando nesta dinâmica prevalecem os 
traços destruidores e iconoclastas, como os do declínio, do ressentimento, da incapacidade de avançar, da paralisia, 
do “tudo-vale” e do perigoso silogismo ilustrado pela frase de Ivan Karamazov em Os Irmãos Karamazov, 
personagem deDostoiévski: "Se Deus está morto, então tudo é permitido" (na verdade trata-se de mera 
interpretação de um diálogo desenvolvido entre os irmãos Karamazov, com a "intervenção" do Diabo). 

Entende-se por Deus neste ponto como a verdade e o princípio.

Nietzsche - dá à palavra Niilismo o sentido contrário e não conta a ninguém. Ele chama de niilismo justamente 
aquele que pauta a vida por valores. Ex.: Cristão cristão. O cristão pauta sua vida por princípios e não deixa a 
vida levar.

Ex.: Comunista: está absolutamente convencido que tudo está convencido que os valores do comunismo são idéias.

O que o Cristão nega?
R.: Nega o mundo da vida.

Em outras palavras. O que é o pensamento Niilista?
R.:Por você ter valores, você nega a terra, os corpos, as sensações, as energias vitais, as pulsões, etc

Em nome do céu, nega-se a terra….
Em nome do céu, blasfema-se da terra….

Quais os grandes niilistas segundo Nietzsche?
1-Platão. Fala de mundo sensível e mundo inteligíveis. Venera o além em nome do aqui mesmo.
2-Aristóteles: sua referência é o cosmos, que é uma idéia do mundo, o todo ordenado.
3-Monoteístas

Frases:

1-Os homens inventaram o ideal para negar o real.
2-Melhorar a humanidade, eis a última coisa que eu vou prometer.
3-Não espere de mim que eu erija noves ídolos.
(os ídolos são os ídolos, valores, criados pelo home…)
4-Que os ídolos aprendam de uma vez por todos quanto custa ter pés de argila.

Nietzsche nomeia sua filosofia como"Filosofia do Martelo" - ele martela os ídolos, ou seja, todo o tipo de 
modelo mental que escraviza


2a Chave: A morte dos deuses

1. "Porquê deus morreu ?"
??? Se deus existe, ele não pode morrer.
Se deus não existe, ele também não pode ter morrido, pois para morrer, é preciso existir primeiro.

Forma de pensar: "Estrutura religiosa do pensamento."-->é a oposição definitiva entre o bem e o mal, entre o 
céu e a terra, entre a cidade dos homens e a cidade de Deus (Santo Agostinho).

https://www.youtube.com/watch?v=KI20SoJDKog


Políticas Públicas, Esquizofrenia, Cidadania e Hospitalização!

O Conceito de Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não meramente ausência
de doença. Assim descobrimos que para estarmos saudáveis devemos equilibrar nossas relações em um 
campo de realizações vasto, e que por sua vez, revela nossa condição de vida, através de comportamentos 
manifestos como ansiedade, tristeza, dor, alegria, frustração, felicidade. Esses fatores existenciais são 
influentes na estimulação Cerebral, levando o médico Hipócrates, na era clássica a observar que:


“Os homens devem saber que o Cérebro e apenas o Cérebro, nascem nossos prazeres, alegrias, risos e gracejos, 
assim como nossas tristezas, dores, mágoas e temores. Por meio dele, em particular, pensamos, vemos, ouvimos...”.


Ainda hoje a doença mental não é tratada com seriedade e respeito por parte das autoridades da saúde no Brasil,
chegando ao cinismo de permitir que pessoas portadoras de Esquizofrenia andem pelas ruas das cidades e estradas
federais, como se existir fosse estar subjetivamente tão distante da realidade, restado ao portador dessa doença a
liberdade do horizonte na imensidão do vazio, coisificando sua cidadania, no sentido fenomenológico, diante da
sociedade que assim opta por estigmatizá-lo, colocando no discurso político, e de forma grave, a negação da
internação hospitalar, quando da necessidade dessa, diante dos quadros clínicos de surto psicótico.


Franco Basaglia, no livro a Instituição Negada, propõe a necessidade da humanização do tratamento interdisciplinar
ao doente mental, combatendo a hospitalização desumana e cruel. Um hospital cujo o aspecto reportaria a plena
ausência de ações terapêuticas científicas, capazes de propor tratamentos ineficientes, de acordo com a necessidade
de cada caso clínico, estudado pôr equipes interdisciplinares.


Porém essa proposta de trabalho, defendida por Basaglia, serviu de álibi para que muitos hospitais psiquiátricos
fossem 
desmontados, fechados, e em muitos países, como no Brasil, que promoveu esse fechamento institucional, a
partir daí nada 
vem oferecendo a nível de tratamento quando dos momentos de acometimento de crises psicóticas,
ou seja, não existe 
emergência psiquiátrica na maioria das capitais brasileiras capazes de acolher e tratar um
paciente em surto psicótico e dar 
orientações devidas a seus familiares. Me perdoe os que gostam dos Centro de
Atenção Psicossocial, batizado de CAPS. Seu
trabalho até é necessário, porém está servindo de porta bandeira
de empregos políticos. mas quase e sempre órfãos de ações 
integradas e eficientes ao tratamento da doença mental
em todo o Brasil.


No discurso do político brasileiro, observa-se o seguinte: “estamos preocupados e vamos criar um grande debate
nacional sobre este tema e assim verificar de que maneira temos que atender essas pessoas portadoras dessas
enfermidades...  
blá, blá, blá...


Na prática a família da pessoa com doença mental tem que ter um cartão de crédito, ou seja, recursos financeiros
próprio para dizer onde e como pretende tratá-lo, sem isso, ele e sua família vagam em sua eterna solidão de
desemparo institucional.


A família, em alguns casos, passa a receber um rótulo de desestruturada, e muitas vezes é culpada pela doença do
ente querido, além disso, são aconselhados a seguir uma igreja, onde devem tratar a doença de forma espiritual,
rezando e orando, aumentando a fé familiar, ajudando assim a exorcizar o demônio que habita as trevas da alma
do ente querido, regredindo a um recurso muito usado no século XVII e XVIII, onde a definição de doença mental
não era do poder da ciência médica, logo seu tratamento não poderia ser realizado no hospital. Não estou
condenando a fé transcendente de uma pessoa, a mesma pode utilizá-la. Estou dizendo que a espiritualidade não
pode ser responsável pelo tratamento de doenças mentais graves como a Esquizofrenia, sendo necessário levar em
consideração os fatores atenuantes endógenos da patologia, e estes por sua vez, devem ser os norteadores do
tratamento clínico interdisciplinar.


Volto a citar Franco Basaglia, ao revelar sua compreensão sobre o paciente com Esquizofrenia:


“estou de acordo que um esquizofrênico é um esquizofrênico, mas uma coisa é importante: ele é um homem e tem
necessidade de afeto, de dinheiro e de trabalho; é um homem total e nós devemos responder não à sua esquizofrenia,
mas a seu ser social e político”.

Então vamos esclarecer o que se compreende por Esquizofrenia. Esse nome foi criado pelo psiquiatra suíço Eugen 
Bleuler, no início do século XX, que significa literalmente “divisão” ou “fragmentação” da mente, derivado do 
grego clássico (equizo = dividido, fragmentado; fren = mente). O Dr. Bleuler acreditava que a característica essencial 
da esquizofrenia era a incapacidade de pensar de forma clara e de unir “linhas associativas” durante o processo do 
pensamento e da fala.


Em seu livro, Admirável Cérebro Novo a Dra. Nancy C.Andreasen, relata que a Esquizofrenia tem um comprometimento
amplo em uma grande variedade de sistemas cognitivos e emocionais do cérebro humano.


São sintomas da Esquizofrenia:



Sintomas .........................................................................Funções mentais

Positivos

Alucinações; .................................................................Percepção
Delírios; ........................................................................Pensamento inferencial;
Discurso desorganizado; ...........................................Organização da linguagem e ideias;
Comportamento desorganizado; ..............................Monitoramento e planejamento do comportamento;
Emoções inapropriadas. ............................................Avaliação e resposta emocional.


Negativos 

Alogia; ..........................................................................Fluência da linguagem e pensamentos;
Embotamento afetivo; ...............................................Expressão de emoções e sentimentos;
Anedonia; .....................................................................Capacidade de experimentar prazer;
Avolição; .....................................................................Capacidade de começar coisas e continuar;
Limitação de atenção. ...............................................Capacidade de concentrar a atenção.



Buscando entender a causa dessa temível doença, tenho que discutir a questão genética, sem deixar de citar
que a esquizofrenia tem um vasto estudo nessa área, já sendo possível afirmar que o padrão real de transmissão
familiar sugere influência dos genes. Se um dos pais tiver esquizofrenia, há possibilidade de aproximadamente
10% de um dos filhos desenvolver a doença. Se ambos os pais tiverem, esse risco passa para 40 a 50%. Da mesma
forma se um irmão ou irmã tiver a doença são de 10%, aumentando para 20% se um dos pais e um irmão ou irmã
tiverem a doença. Mas não é justo deixar a culpa sobre a natureza genética. Vários estudos genéticos de famílias
sugerem que os genes devem influenciar, mas sozinhos, não causam a esquizofrenia. É provável que outros fatores,
devem ser somados a uma pré-disposição genética para que a patologia se desenvolva, visto o percentual de 1%
ser encontrado em famílias sem historicidade da doença.


A maioria dos cientistas pensam na esquizofrenia como sendo multifatorial, envolvendo múltiplos genes, sendo
encontrado no cromossomo 5 ou 11 ou mesmo no 22 entre outros, e, possivelmente, assim como muitas influências
não genéticas e / ou ambientais podem estar como causa desencadeadora da doença. Os estudos estão avançados e
muitas novidades ainda virão nos revelar o quanto essa patologia é perversa para a pessoa do doente e sua família.
Honestamente, sabemos que todo bom tratamento para uma doença grave, começa com um bom diagnóstico e uma
ação terapêutica capaz de fazer o organismo voltar a viver sua totalidade, seu equilíbrio, ou seja, sua homeostase.


Então, como não permitir que os hospitais psiquiátricos possam voltar a existir, visando internar pessoas portadoras
de doença mental, quando da necessidade maior, ou seja, nas crises acometidas ao longo de sua vida?



Antes de mais nada, analise o que isso representa para uma família que tem um ente querido com o quadro patológico
de esquizofrenia!


Franco Basaglia, no livro Psiquiatria Alternativa, revela que não se pode negar a existência de uma doença, e afirma:


“Eu penso que a loucura, como todas as doenças, são expressões das contradições de nosso corpo, e 
dizendo corpo, digo corpo orgânico e social. É nesse sentido que direi que a doença, sendo uma contradição 
que se verifica no ambiente social, não é um produto apenas da sociedade, mas uma intenção dos níveis nos 
quais nos compomos: biológico, sociológico, psicológico".

Assim, não cabe apenas o discurso filosófico diante do sofrimento humano, é necessário tratar o organismo 
como um todo, antes que esse quadro prejudique ainda mais a vida da pessoa portadora e de todos que vivem
a sua volta, pois é verdade, 
que a doença mental não se transmite por contato direto, mas o sofrimento do
doente, este sim, é também o sofrimento de 
sua família, expresso em lágrimas e alegria quando do controle
sobre o quadro clínico manifesto, visto que a Esquizofrenia 
não apresenta cura definitiva, ainda, clinicamente.


A Organização Mundial de Saúde, em uma estimativa divulgada em 2002 revela que 25 milhões de pessoas
tem esquizofrenia no mundo e cientificamente sabe-se que 1% da população mundial sofre desse transtorno
mental, sendo considerada a mais cruel e devastadora das doenças mentais conhecidas. Na maioria dos casos,
ela agride seus portadores em idade precoce, quase sempre entre os 15 e 16 anos, modificando todo o horizonte
de vida planejado pela pessoa e sua família, impedindo sua integração social em uma fase de natural expansão.
Essa patologia é responsável por um forte ônus econômico, custando aos governos sérios, o que não é caso do
Brasileiro, milhões de dólares em seu tratamento anual, visto que o quadro clínico é quase sempre progressivo,
fazendo com que o paciente tenha que ser reinternado quando da manifestação da doença, o que é esperado em
seu prognóstico. Assim é realizada uma reavaliação no ato da reinternação, objetivando estudar a evolução
da doença e sua sintomatologia manifesta, desta forma tenta-se impedir o avanço maior, que poderá causar a
despersonalização plena da pessoa portadora de Esquizofrenia. Você já deve ter visto algumas pessoas neste
quadro clínico, vagando pelas ruas. O tratamento deve ser feito com base em parecer técnico de equipe
interdisciplinar. Contando com a presença de médicos com especialidades diversas, psicólogos, enfermeiros,
nutricionistas, terapeuta ocupacional, assistente social e pedagogo. Porém observa-se que essa equipe acaba
sendo desvalorizada, por parte do Ministério da Saúde Brasileiro, com o poder público, investindo menos
recursos financeiros nas áreas das especialidades necessárias e que deveriam compor a equipe para buscar o
máximo de êxito científico no tratamento clínico da Esquizofrenia.


A psicoprofilaxia para combater as doenças mentais graves, pode ser realizada com a família investindo em
esporte, cultura e lazer, proporcionando estímulos às atividades motoras e intelectuais e assim produzir
endorfina, ou seja, aumentar o prazer da pessoa que está realizando a atividade, causando maior satisfação
na criança e no jovem, possibilitando assim, estímulos neurotransmissores saudáveis, em intervalos de tempo
de no máximo 72 horas entre as atividades propostas e aceitas, causando bem estar ao corpo e a mente,
podendo com isso ampliar a qualidade de vida dos membros da família.


Oswaldo Montenegro me ajuda a terminar esse artigo, revelando em seu poema Metade:


“... que minha loucura seja perdoada,
pois metade de mim é amor
e a outra também”.

Felicidades.

Bibliografia
ANDREASEN, Nancy C. Admirável Cérebro Novo, Artmed, 2005.
BOCK, Ana Mercês Bahia, Furtado, Odair, Teixeira, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias –
Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. Ed. Saraiva, 2003.

 Mauri Gaspar às   Primeiro de Julho de 2011


Por onde você tem andado?

Foi difícil acordar hoje de manhã ?


Talvez você seja mais um entre os que negociam minutos a mais com o despertador.
Sair da cama cambaleando, tentando organizar os pensamentos para iniciar a rotina de todos os dias.


Seguimos, resignados, o roteiro da “vida real” , sabendo que não nos resta outra escolha a não ser
assumirmos nosso papel na sociedade, nos esforçando para correspondermos as expectativas do chefe,
esposa, marido, filhos, amigos…


Mas, e você, o que espera ?


Construímos nossas vidas sobre estruturas que já estavam aqui, afinal, todos fazem a mesma coisa
sempre, certo?  Acreditamos que não nos resta alternativa a não ser simplesmente aceitá-las.


Vestimos os uniformes, seguimos as regras, nos adequamos as demandas, muitas vezes suprimindo o
que de fato nos habita.


Por que estou falando isso agora ?


Talvez para lhe questionar se esse caminho, esse que você está agora, é realmente o seu caminho. É nele
que você gostaria de estar? Isso tem a ver com você de verdade? Essa é SUA vida?


Infelizes os que constroem seus dias a partir das necessidade financeiras, de medo ou culpa, preenchendo
todas as suas ambições pelo desejo do reconhecimento alheio.


Um dia você foi “ligado na tomada” e apareceu por aqui.


Sem nenhuma consciência, foi gerado e cuidado para que chegasse até esse instante.


Todos os seus caminhos te trouxeram para o hoje, para essa tela de computador, para esse lugar, nesse dia,
nesse segundo e, saiba, foi você quem quis assim.


E agora? Para onde irá? Não me refiro exclusivamente a navegação pela net logo após ler esse texto, mas, também:
o que fará com o que está lendo? Como a maioria das mentes atuais, a sua está sobrecarregada de informações, mas
qual delas guardará por considerar relevante? Será que você não está programado para arquivar apenas o que
contribui para a manutenção do que já está?


É você quem determina para onde vai a partir de suas escolhas. É você quem escolhe. Você.
São suas prioridades que revelam que tipo de coração tem.
Talvez você não veja agora outros caminhos. É possível que queira mudar algumas coisas, mas nem saiba como.
Preste atenção. Isso vale para absolutamente tudo: os caminhos- todos eles- existem em você.
Aí dentro vivem todas as possibilidades que te transformariam em qualquer coisa.


A única questão é : você vê ?


São seus olhos que iluminam seus passos, que definem o que você consegue enxergar.
A luz que sai deles, é a que habita seu coração. Seus caminhos revelam quem é você.


Então o que você precisa mudar ?


Independente do que seja, comece pela mente. Nada mudará de verdade se antes você não mudar sua mente.


Alimente-a com o que faz bem. Sorva bons pensamentos, olhe por outras perspectivas, ouça boa música, leia bons
livros, tenha pensamentos construtivos, enxergue o lado bom das pessoas, se há bons pensamentos, que habitem
seu interior, abra mão da autovitimização, deixe de adular seus traumas, fique perto de quem agrega, de tudo que
construa um ser humano melhor e principalmente: perdoe, perdoe-se, livre-se do gigantesco peso da mágoa, da
vingança, do “justicismo”, seja ele de que natureza for.


Se seu interior for bom, seus olhos também serão e, consequentemente, seus caminhos também.
Dificuldades e dores todos temos, mas quando você está em paz, o choro não significa desespero.
A dor não tangencia caminhos, a escassez vira apenas contratempo, oportunidade para amadurecer.


Quer repensar seus caminhos ?


Então comece pelos caminhos que ninguém vê e que estão dentro de você. Mude sua mente.
Fazendo assim, todos, absolutamente todos os seus caminhos refletirão aquele que antes mudou em você.


Não existem fórmulas mágicas, não sei quantos passos para não sei o que, ou qualquer outro ritual que substitua
o fato de que seus caminhos refletem quem você é.


Antes de mudá-los, mude sua mente.


Você só precisa perceber.



Agosto 22, 2012

Flavio Siqueira

As Mudanças de Esperança

As Mudanças de Esperança
Renato Dias Martino

Na lata de alumínio, debaixo da pia era onde se guardava o feijão. Ali morava Esperança. Ela não tinha nada
de especial. Era igualzinha às outras. Mesmo tamanho, mesma espessura, mesma cor e muito provavelmente o
mesmo sabor. Era uma sementinha de feijão comum, como todas as outras dentro daquele saco de cinco quilos.
Todas juntinhas dentro da lata de alumínio debaixo da pia. Sentia-se muito segura por isso. Todos os dias de
manhã, ela acordava e nem por um minuto mantinha qualquer duvida quanto a ser aceita pelas outras. Este
sentimento brotava do fato de que era só olhar do lado e constatar como era idêntica a todas. Todas as
sementinhas estavam seguras ali. 

Certo dia, Esperança e mais algumas amigas idênticas a ela, caíram fora da lata. Por descuido da cozinheira
no momento de pegar os grãos para seu cozido. Foram então varridas e jogadas no terreiro. Todas, exceto
Esperança, caíram sobre uma superfície de cimento. Ela, por sua vez, caíra na terra fofa e bem adubada pelo
esterco das galinhas do quintal. 

Assim que caíram lá no fundo do terreiro, começou a chover. Um chuvisqueiro fresquinho e manso. 

Você já deve ter imaginado o que aconteceu, não é? Diferente do que para suas amiguinhas, toda a condição
propicia para acontecer a germinação calhara a ela. Então, Esperança começou a germinar. Foi estufando,
estufando até rachar uma das laterais. 
As companheiras que assistiam tudo de cima da peça de cimento,
assustaram-se. E disseram quase que numa só voz: Nossa! Por que faz assim? Você esta horrível! Se continuar
vais se arrebentar. 

E ela realmente se arrebentou. Foi inchando, inchando até que explodiu. Ficou disforme e certamente diferente
das colegas que não tiravam os olhos dela. Esperança de sentiu horrivelmente excluída. Lembrou-se então da
vida que vivia na lata e como se sentia feliz num grupo de total identificação. Mas, mesmo assim, Esperança,
continuou ali. Talvez por intuir que seria sua chance para crescer. 

De qualquer forma, todo esse processo foi acontecendo assistido por suas companheiras. Elas, expostas ao sol
e sem proteção, ou chance de germinarem, pois não estavam em contato com a terra fofa, foram definhando e
por fim apodreceram. Esperança por sua vez foi brotando, crescendo e logo se tornou um belo pé de feijão que
gerou várias vagens cheias de outras sementinhas. 

Na verdade todas as vezes que nos propomos crescer e expandir nossas capacidades, acabamos por assustar o
outro, que na maioria das vezes não estará disposto, pelo menos naquele momento à mudança. Somos então
julgados e inevitavelmente excluídos daquele grupo que não estava preparado para a transformação.


Contei

"CONTEI meus anos e descobri," 

escreveu Mário de Andrade, "que terei menos tempo para viver 
daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais 
passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que 
recebeu uma bacia de cerejas... As primeiras, ele chupou 
displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. 
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero 
estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me 
com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando 
seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas 
intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias 
que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para 
administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, 
são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram 
pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não 
debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se 
escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma 
tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado
 de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, 
não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da 
hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e 
pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para 
mim, basta o essencial!"

Viver é uma questão de paladar. Aprende-se a viver saboreando a vida.